Em um país historicamente marcado por baixos níveis de produtividade, disfunções estruturais e desperdícios endêmicos, insistir na lógica incremental já não basta. O verdadeiro desafio para líderes e organizações brasileiras não é mais manter o controle em meio à complexidade, mas transformar com profundidade e urgência a maneira como se gerencia, opera e aprende.
Nesse cenário, em que se discute tanto o potencial da inteligência artificial, vale fazer outra pergunta igualmente importante. Como evoluir e utilizar melhor a inteligência natural, a dos seres humanos? Ao contrário dos algoritmos e dados que alimentam a IA, a inteligência humana é formada por vivências únicas, construídas ao longo do tempo. São as experiências que incorporamos e compartilhamos que moldam nossa forma de pensar, decidir e agir. E isso vale também para as empresas.
Mais do que tecnologias ou métodos isolados, o que transforma uma companhia é a capacidade de aprender internamente e com os outros. Especialmente quando essas trocas envolvem realidades diferentes, problemas distintos e abordagens diversas. É esse tipo de aprendizado coletivo que fortalece a inteligência organizacional e prepara as pessoas para lidarem com os desafios mais urgentes e complexos.
É com esse espírito que vai ocorrer o Lean Summit 2025, promovido pelo Lean Institute Brasil, nos dias 26 e 27 de agosto, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP). O evento é reconhecido como o maior encontro presencial do mundo voltado para empresas que estão adotando o sistema lean. Realizado desde 1998, ele reúne a cada dois anos líderes de grandes organizações para compartilhar, de forma prática e profunda, como estão transformando suas realidades de negócios.
Nesta 15ª edição, o evento deve receber cerca de duas mil pessoas de mais de 500 organizações. Serão mais de 120 executivos de mais de 100 grandes empresas como Globo, Toyota, Mercado Livre, Vale, Heineken, Bayer, Magalu, Einstein, Bradesco, Cacau Show, Itaú, Boticário e muitas outras. Entre os participantes estarão CEOs, presidentes, vice-presidentes, diretores e gerentes que virão para reforçar porque o sistema lean é uma resposta estratégica e urgente para o momento em que vivemos.
Um encontro como esse não é uma celebração nem uma vitrine de boas práticas isoladas. É um ambiente de transformação. Um espaço para acelerar resultados e reduzir o esforço necessário para implementar mudanças relevantes. Os participantes terão acesso a experiências reais, completas e maduras que revelam aprendizados valiosos não apenas pelos acertos, mas também pelos erros e tentativas que fazem parte de qualquer mudança genuína.
Esse valor está na troca entre realidades diferentes. O impacto não vem de discursos prontos, mas da comparação entre contextos. Uma indústria que se reconhece nos dilemas de um hospital. Um banco que aprende com o chão de fábrica. Uma empresa de tecnologia que se inspira na gestão de uma grande rede de varejo. São dessas conexões improváveis que nascem ideias realmente transformadoras.
A gestão, nesse contexto, deixa de ser um conjunto de técnicas e passa a ser uma competência estruturante. Exige método, consistência, coragem para revisitar decisões e disposição para mudar o jeito de gerenciar. Isso pede líderes mais preparados e times realmente comprometidos. Pessoas capazes de se relacionar fora da lógica tradicional de “comando e controle”, com foco na melhoria e no desenvolvimento das capacidades humanas.
Trata-se de acreditar na inteligência que se constrói nas relações do cotidiano, onde a inovação e a tecnologia são catalisadoras, mas não soluções imediatas. Essa inteligência organizacional nasce da escuta ativa, da experimentação disciplinada e do compromisso com a melhoria. É assim que se gera valor real para os negócios, para as pessoas e para o desenvolvimento do país, com resultados duradouros e transformadores.
Essa não é uma agenda do futuro. É uma urgência do presente. O Brasil precisa de empresas mais produtivas, eficientes e estáveis. E o sistema lean oferece uma resposta concreta para isso. Quando bem aplicado, ele permite fazer mais com menos, com mais qualidade, menos desperdício e mais engajamento. Os efeitos vão além dos resultados financeiros. Podem impactar diretamente a sociedade, com empregos melhores, produtos mais acessíveis, serviços mais confiáveis e mais capacidade de competirmos globalmente.
O Lean Summit 2025 é uma experiência coletiva de aprendizado. Um espaço vivo de trocas reais. Um impulso concreto para quem quer transformar a forma de pensar, agir e evoluir dentro das organizações. Esperamos vê-los por lá!