Lean Institute Brasil

Como funciona a metodologia Lean?

A metodologia Lean funciona a partir de um princípio central: criar valor para o cliente com o menor desperdício possível. Isso significa repensar continuamente os processos de trabalho para eliminar atividades que não agregam valor. Por meio da observação no Gemba (o local real onde o trabalho acontece), líderes e equipes identificam oportunidades de melhoria com base em dados reais e participação ativa. A aplicação prática envolve o uso de métodos como PDCA, resolução estruturada de problemas e desenvolvimento de pessoas para alcançar melhorias sustentáveis em desempenho, qualidade e tempo de resposta.

Quais as principais ferramentas da metodologia Lean?

A metodologia Lean é sustentada por um conjunto de ferramentas que ajudam a diagnosticar, analisar e melhorar os processos. Entre as principais estão:

Cada ferramenta contribui para aumentar a eficiência, reduzir desperdícios e engajar as pessoas na melhoria contínua.

Treinamento Lean, vale a pena?

Sim, investir em treinamento Lean vale muito a pena — e pode ser decisivo para o futuro de uma organização. Mais do que um conjunto de ferramentas, o Lean representa uma mudança de mentalidade, promovendo o pensamento científico, a melhoria contínua e o respeito pelas pessoas. Um bom treinamento capacita profissionais a identificar problemas, estruturar soluções e gerar resultados concretos. Além disso, fortalece a cultura de aprendizado e colaboração, desenvolvendo líderes capazes de transformar realidades. Em um cenário cada vez mais competitivo, formar pessoas para enxergar, pensar e agir de forma Lean é um diferencial estratégico.

Como o método Lean ajuda empresas?

O método Lean ajuda empresas a focar no que realmente importa: gerar valor para o cliente e eliminar desperdícios. Isso se traduz em melhorias na produtividade, na qualidade dos produtos e serviços, na agilidade das entregas e na redução de custos operacionais. Além disso, promove um ambiente mais saudável e colaborativo, no qual os times têm clareza sobre os objetivos e atuam com autonomia e responsabilidade. Empresas que aplicam o Lean de forma estruturada obtêm ganhos sustentáveis, adaptando-se mais rapidamente às mudanças do mercado e fortalecendo sua competitividade.

Como contratar uma consultoria Lean?

Contratar uma consultoria Lean com o Lean Institute Brasil é um processo direto e baseado em parceria. Tudo começa com a compreensão do contexto e dos desafios estratégicos da sua organização. A partir disso, desenvolvemos uma proposta personalizada, que pode incluir diagnóstico, definição de objetivos, planos de ação, capacitação prática de times e acompanhamento no Gemba. Nossa atuação é colaborativa e prática, com foco no desenvolvimento de líderes e na geração de resultados reais e sustentáveis. Entre em contato para agendar uma conversa e entender como podemos apoiar sua jornada Lean.

Por que aumentar a eficiência operacional da empresa?

Aumentar a eficiência operacional é uma virada de chave estratégica para empresas que desejam crescer de forma sustentável. Ao eliminar desperdícios, equilibrar recursos e alinhar processos ao que realmente gera valor, a organização se torna mais competitiva, reduz custos e melhora a experiência do cliente. Além disso, equipes mais engajadas e alinhadas ao propósito do negócio tendem a entregar mais, com menos retrabalho e sobrecarga. A eficiência operacional, quando bem conduzida, não é apenas uma meta — é o caminho para a excelência em gestão.

SAÚDE

5 Princípios Norteadores para Transformar a Área da Saúde

Flávio Battaglia, Denise Bennett, Vyacheslav Boltrukevich, Oriol Cuatrecasas, Cristina Fontcuberta, Alice Lee, Carlos Frederico Pinto, Roberto Priolo e John Shook
5 Princípios Norteadores para Transformar a Área da Saúde
Grupo de pesquisa da LGN se reuniu para coletar dados e formulou cinco princípios básicos para uma transformação lean de sucesso em organizações de saúde

Lean
na Área da Saúde

 

O termo “lean” foi introduzido pela primeira vez em 1988 por John Krafcik1, à época estudante de pós-graduação no MIT trabalhando com Jim Womack e Dan Jones na pesquisa do International Motor Vehicle Program2, que, eventualmente, levou à publicação do livro “A Máquina que Mudou o Mundo”3. Conforme mais organizações e indústrias foram expostas ao potencial do pensamento lean, tornou-se mais claro que seus ensinamentos não se aplicavam somente à manufatura. Conforme entramos no novo milênio, o lean chegou na área da saúde melhorando os fluxos de pacientes, reduzindo a duração da permanência e melhorando a qualidade do cuidado. Hoje, há exemplos de sucesso da aplicação do lean na área da saúde por todo o globo, com mais hospitais se juntando a esses esforços a cada ano. Uma pesquisa recente feita pela UC Berkeley envolveu mais de mil hospitais, dos quais dois terços estavam envolvidos com a implementação lean (e abordagens similares, como o lean seis sigma ou melhoria de processos) com muitas conquistas em desempenho reportadas, como engajamento dos colaboradores, maior capacidade de atendimento no departamento de emergência ou redução dos gastos. Uma análise comparativa das medidas de qualidade (antes/depois do lean) também descobriu uma redução na taxa de readmissão não planejada dentro de 30 dias; na taxa de mortalidade para pacientes cirúrgicos com condições críticas (Z score); nos gastos e consequente aumento das margens operacionais4.

A Lean Global Network (LGN) apoia dezenas de transformações lean na área da saúde. Cinco dos autores estavam diretamente envolvidos em algumas das transformações lean iniciais na área da saúde em seus respectivos países, como agentes internos da mudança — na Beth Israel Deaconess Medical Center (EUA), Flinders Medical Centre (Austrália) e Instituto de Oncologia do Vale (Brasil) — ou agindo como apoiadores externos a organizações pioneiras — no Instituto Lean Management (Espanha) e no Lean Institute Brasil (Brasil).

 

PROJETANDO
NOSSA INICIATIVA

 

Frequentemente, uma organização da área da saúde pode levar uma década para desenvolver e sustentar as capacidades necessárias para a transformação lean. Essas capacidades são basicamente associadas às habilidades de solução de problemas em diferentes níveis da organização e à habilidade de remodelar os sistemas de gestão e o comportamento da liderança.

Acreditamos que “dez anos” é muito tempo, especialmente se considerarmos os problemas urgentes que a indústria enfrenta hoje: danos ao paciente, população em envelhecimento, orçamentos apertados e um aumento nas doenças crônicas. E se considerarmos que apenas uma pequena fração dos hospitais do mundo está praticando o lean e muitos estão apenas iniciando suas jornadas, o trabalho à frente parece ainda mais desafiador.

Em setembro de 2015, a LGN designou um grupo de trabalho lean para área da saúde (LHI — Lean Healthcare Initiative) para reunir e analisar dados e avançar a partir das descobertas na identificação de “princípios norteadores” críticos que uma organização da área da saúde deve considerar a fim de reduzir o tempo de que precisa para desenvolver as capacidades necessárias e sustentar a transformação lean. O grupo de trabalho representa cinco institutos da LGN: EUA, Brasil, Espanha, Rússia e Austrália.

OS CINCO PRINCÍPIOS
NORTEADORES


1. NÃO ESPERE PELO CEO


2. QUAL É SEU PRÓXIMO PASSO? E POR QUÊ?


3. APROPRIE-SE DO PROBLEMA


4. CONHECIMENTO CERTO PARA AS PESSOAS CERTAS NA HORA CERTA


5. POLINIZAÇÃO CRUZADA


A amostra exploratória inclui oito organizações: [1] Beth Israel Deaconess Medical Center (EUA), [2] Lynn Community Health Center (EUA) e [3] Stanford Children’s Health (EUA), [4] Hospital São Camilo (Brasil) e [5] Instituto de Oncologia do Vale (Brasil), [6] Consorci Sanitari del Garraf (Espanha), [7] Bud’ Zdorov (Rússia) e [8] Flinders Medical Centre (Austrália). As organizações variam de grandes hospitais escolas nos Estados Unidos a pequenas práticas em um país em desenvolvimento. Há uma mistura de práticas privadas e organizações públicas na Europa e na Austrália.

O LTF foi introduzido em 2015 pelo Lean Enterprise Institute (LEI) como uma estrutura heurística para a transformação lean. É uma abordagem situacional à mudança, conectando as dimensões-chaves de transformar e sustentar — os pilares da “casa LTF”. Os elementos são associados com um conjunto de questões específicas orientadas para a ação. 

O método de estudo empregou uma análise aprofundada de cada iniciativa lean ao longo do tempo (cada uma em um ponto diferente e caracterizada por diferentes condições iniciais), com base nas cinco dimensões da Lean Transformation Framework — LTF5.

Perguntas da Lean Transformation Framework7


1. Qual é o propósito da mudança — qual é o norte verdadeiro e o valor que estamos entregando, ou simplesmente: qual problema estamos tentando resolver?

2. Como estamos melhorando o trabalho real?

3. Como estamos construindo capacidade?

4. Quais comportamentos de liderança e sistemas de gestão são necessários para apoiar essa nova forma de trabalho?

5. Qual pensamento básico, mentalidade ou pressupostos compreendem a atual cultura e estão liderando essa transformação?


O ESTUDO FOI ORGANIZADO EM CINCO ESTÁGIOS:

1) Entender a história e as condições atuais de iniciativas lean relevantes em diferentes países indo a estudos de gemba6 juntos em hospitais nos Estados Unidos, na Espanha e no Brasil.
2) Reunir fatos e dados de oito organizações da área da saúde (de cinco países diferentes, todos praticando o lean por pelo menos três anos) explorando as perguntas para cada uma das cinco dimensões da LTF.
3) Estruturar nossas descobertas e desenhar uma estrutura a partir dos múltiplos casos, comparando-os e especificando as principais forças para o sucesso (e para o fracasso).
4) Identificar características transformacionais críticas diretamente associadas ao desenvolvimento de capacidades lean nos diferentes níveis das organizações.
5) Resumir nosso conhecimento atual em cinco “princípios orientadores” que uma organização da área da saúde deve considerar para reduzir o tempo necessário para desenvolver uma capacidade lean sustentável.

“As perguntas da LEAN TRANSFORMATION FRAMEWORK são fractais — o que quer dizer que as mesmas perguntas se aplicam tanto no nível macro empresarial quanto no nível de responsabilidade individual conforme você vai progressivamente mais a fundo em cada dimensão. Mas, enquanto modelo de transformação que emergiu por anos de experiência é situacional, a natureza das perguntas representa um ponto de vista claro: se uma organização não conseguir responder todas as perguntas, com uma noção de como cada uma se relaciona às outras, a transformação sofrerá para manter seu momentum”.7

TABELA: CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES
NO ESTUDO

Organização
Beth Israel Deaconess Medical Center
País: EUA
Atividade: Hospital Escola
Tamanho: 673 leitos
8.000 + colaboradores
Experiência Lean: 14 anos
Organização
Lynn Community Health Center
País: EUA
Atividade: Centro Comunitário de Saúde
Tamanho: 40.000 pacientes atendidos por ano
650 colaboradores
Experiência Lean: 4 anos
Organização
Stanford Children’s Health
País: EUA
Atividade: Hospital Geral
Tamanho: 361 leitos
3.200 + colaboradores
Experiência Lean: 8 anos
Organização
Hospital São Camilo
País: Brasil
Atividade: Hospital Geral
Tamanho: 760 leitos (3 unidades)
5.000 + colaboradores
Experiência Lean: 6 anos
Organização
Instituto de Oncologia do Vale
País: Brasil
Atividade: Centro Ambulatorial de Câncer
Tamanho: 30.000 pacientes atendidos por ano
220 + colaboradores
Experiência Lean: 8 anos
Organização
Consorci Sanitari del Garraf
País: Espanha
Atividade: Hospital Geral
Tamanho: 433 leitos
2.500+ colaboradores
Experiência Lean: 8 anos
Organização
MedHolding
País: Rússia
Atividade: Hospital Geral
Tamanho: 100.000 pacientes atendidos por ano
1.700+ colaboradores
Experiência Lean: 3 anos
Organização
Flinders Medical Centre
País: Austrália
Atividade: Hospital Escola
Tamanho: 593 leitos
5.000+ colaboradores
Experiência Lean: 14 anos
Organização País Atividade Tamanho Experiência Lean
Beth Israel Deaconess Medical Center EUA Hospital Escola 673 leitos
8.000 + colaboradores
14 anos
Lynn Community Health Center EUA Centro Comunitário de Saúde 40.000 pacientes atendidos por ano
650 colaboradores
4 anos
Stanford Children’s Health EUA Hospital Geral 361 leitos
3.200 + colaboradores
8 anos
Hospital São Camilo Brasil Hospital Geral 760 leitos (3 unidades)
5.000 + colaboradores
6 anos
Instituto de Oncologia do Vale Brasil Centro Ambulatorial de Câncer 30.000 pacientes atendidos por ano
220 + colaboradores
8 anos
Consorci Sanitari del Garraf Espanha Hospital Geral 433 leitos
2.500+ colaboradores
8 anos
MedHolding Rússia Hospital Geral 100.000 pacientes atendidos por ano
1.700+ colaboradores
3 anos
Flinders Medical Centre Austrália Hospital Escola 593 leitos
5.000+ colaboradores
14 anos

AS DESCOBERTAS ATÉ ENTÃO

 

O propósito da LHI é transformar a área da saúde através do pensamento e da prática lean. O longo tempo de que uma organização da área da saúde precisa para desenvolver capacidades lean sustentáveis não é aceitável.

Os “princípios norteadores” são uma tentativa de organizar e comunicar nossos pensamentos e aprendizados enquanto estudamos, comparamos e analisamos as jornadas lean. A intenção é elucidar importantes características que as organizações de saúde e os praticantes lean devem considerar enquanto tentam transformar suas realidades de trabalho usando o pensamento e a prática lean. Aqui está o que consideramos a essência do que aprendemos coletivamente, apresentados como os cinco “princípios norteadores” que você pode começar a usar hoje para alcançar uma virada lean mais rápida e sustentável.

NÃO ESPERE
PELO CEO

 

Dados do American College of Healthcare Executives mostram que o nível de turnover anual registrado em 2017 está entre os maiores dentre os calculados nas últimas duas décadas, cerca de 18%8. Em comparação, o turnover de CEO da área da saúde é seis vezes maior do que na indústria de seguros e duas vezes maior do que no varejo9. Então, não podemos depender do CEO para liderar uma transformação todas as vezes. Observamos turnover de CEOs em mais da metade dos oito casos estudados, o que poderia ser um fator de disrupção dos esforços lean.

Os CEO têm responsabilidades por toda a organização. Pode ser difícil chamar a atenção do CEO. O que percebemos ao estudar as oito iniciativas mencionadas acima é que, enquanto ter um CEO engajado é extremamente benéfico para o médio e longo prazo, começar uma transformação é algo que pode ser feito sem o envolvimento direto do líder mais sênior da organização10. Na verdade, uma transformação pode ser iniciada em diferentes níveis de uma organização (em um departamento ou em uma equipe de enfermagem) e começar com o mais simples dos experimentos11. Em nossa experiência, envolver os principais médicos ou outros líderes clínicos no início é uma estratégia-chave, pois eles têm múltiplas funções e entendem o trabalho, têm forte influência nas equipes e nos líderes, entendem o processo científico e são uma força de trabalho estável. Também é crucial garantir que os gerentes da área tenham um papel de liderança na transformação lean, já que as mudanças necessárias influenciarão muito seu trabalho e de suas equipes12. Essa abordagem pode ajudar a mitigar o desafio do turnover de CEO e da distração.

 

Em um grande hospital público de Barcelona, o empurrão inicial para o lean veio dos entusiasmados gerentes de área do departamento de emergência (o médico chefe e a enfermeira chefe). Após treinamento e coaching, eles trabalharam com as equipes para fazer vários projetos piloto. Alguns meses depois, todo o departamento estava funcionando com sucesso sob o sistema lean. Apenas nesse momento, foi que o CEo percebeu o que o departamento havia conquistado. Ele, então, encorajou outras partes do hospital a seguir o exemplo.


Refletindo sobre nossos estudos, concordamos que é preferível ter um CEO apoiador; entretanto, um CEO neutro também pode funcionar se os médicos e outros líderes estiverem visivelmente engajados. O que não funcionará é um CEO que parece negativo ou que ativamente interrompe o progresso. Se o CEO for mantido informado sobre o progresso e os resultados, ele ou ela provavelmente se tornará mais apoiador(a) conforme os problemas antigos são atacados e os fluxos de valor são melhorados. Conforme os benefícios do lean se tornam mais claros e os primeiros resultados aparecem, a maioria dos CEO tende a se envolver mais gradualmente. Mas não há necessidade de esperar por eles para começar os esforços. Você pode começar uma transformação se o seu CEO for indiferente, apoiador, mas não envolvido, engajado ou até liderando os esforços, mas será muito difícil se ele ou ela for negativo(a) sobre isso.

 

Não é incomum em uma organização que está iniciando seus esforços lean ter o trabalho delegado pelo CEO a um gerente/líder lean. Em mais de um exemplo, descobrimos que esse era o caso — um CEO apoiador que não estava liderando pessoalmente o trabalho de transformação. Esses arquitetos-chefe não podem esperar que o CEO lidere a transformação, mas encontram formas de causar mudanças sem sua participação direta.

 

Alguém deve liderar a transformação lean. E essa é a pessoa que assume uma grande responsabilidade por progredir, difundir e aprofundar a transformação e que pensa sobre qual deve ser o próximo passo. Chamamos esse papel de Arquiteto-Chefe (AC)13. No início, quando há capacidade interna limitada, o papel do AC pode ser coberto por um coach externo, que trabalhará para desenvolver um AC interno, que, por sua vez, será capaz de guiar a transformação a partir daí. O AC pode ser um líder chave de dentro da organização — poder ter sido ideia dele tentar uma abordagem lean — ou pode emergir de dentro da organização durante a transformação.

Em um mundo ideal, não precisamos de um AC formal, mas, no início da transformação, a organização precisa de conhecimento e experiência. Isso torna o AC uma pessoa da qual uma transformação recém-iniciada não pode prescindir. A efetividade de um coach externo depende inteiramente do que acontece depois que ele ou ela sair: uma pessoa de fora não conquistará muito, a menos que ele ou ela desafie as pessoas a quebrar as barreiras, criar soluções de maneira autônoma para os problemas e ativamente sugerir melhorias.


 

QUAL É SEU PRÓXIMO PASSO?
E POR QUÊ?

 

Se você está tentando identificar seu primeiro passo ou simplesmente entender qual deve ser o próximo passo, você deve sempre buscar focar em uma necessidade urgente14.

Ao começar uma transformação, você precisa entender o que é importante para seu CEO, seu conselho e a organização como um todo. Que problemas parecem ser mais urgentes? Em quais preocupações quanto à segurança a organização deve focar? Com o que os pacientes se importam? Depois que você criou um ponto focal para o esforço de melhoria, todos podem remar na mesma direção. Exemplos que funcionam geram interesse. Com experimentos significativos, as pessoas seguirão15. “Gosto que daquela melhoria no fluxo de paciente do departamento de cirurgia. Preciso aprender como melhorar o fluxo no meu departamento… você pode me ajudar?”.

Se você não souber por onde começar, descobrimos que simplesmente focar em transformar caos em estabilidade pode ser de grande ajuda. Torne a jornada do paciente e o trabalho visível e você verá uma melhoria significativa.

 

Em uma clínica dos Estados Unidos, a jornada do paciente era caracterizada por esperas em todas as etapas. A equipe da linha de frente focou na pergunta “Por que nossos pacientes esperam?”. Eles tornaram a jornada do paciente visível para entendê-la. Então, identificaram e aplicaram possíveis soluções, informadas pelo que tinham observado. Após isso, pouquíssimos pacientes esperavam mais de cinco minutos. Simplesmente focar em criar mais estabilidade deu à equipe a confiança de que precisavam para criar uma melhor experiência para o paciente e aumentou o número de pacientes que poderiam ser atendidos.


Quando ocasionamos mudanças por meio do lean, criamos novos conhecimentos. Uma lição muito importante que aprendemos durante os anos é que você não pode deixar o lean “funcionando sozinho” e esperar que ele se sustente. A razão para isso é que cada situação é diferente, cada departamento passa por problemas diferentes, e cada pessoa percebe esses problemas de uma forma diferente. Você pode ser inspirado por uma solução externa, mas não pode simplesmente jogá-la em um contexto diferente no qual não seja relevante. Outro efeito negativo de tal comportamento é que isso priva as pessoas da habilidade de entender e aprender juntas. As pessoas precisam se sentir emocionalmente ligadas à transformação: elas precisam co-criar experimentos e compartilhar aprendizados, em vez de simplesmente aplicar algo que alguém desenvolveu.

Ao darmos nosso primeiro ou próximo passo, aprendemos a importância do equilíbrio entre os elementos sociais e técnicos do lean. Não importa se você começa tentando mudar a cultura na sua organização (social) ou focando em um projeto específico (técnico), desde que suas ações estejam conectadas aos problemas reais.

 

APROPRIE-SE DO PROBLEMA

 

Anteriormente, falamos sobre emoções, afirmamos que se as pessoas se sentirem emocionalmente ligadas ao problema, elas se apropriarão dele. Portanto, criar apropriação é essencial para a transformação. Quando você leva as pessoas a se apropriarem dos problemas, você não apenas alcança uma mudança organizacional, mas também transformações pessoais16.

Em uma organização lean, depois dos problemas serem identificados, os experimentos começam para valer. É então que precisamos fazer a transição da responsabilidade para um líder da linha de frente (pode ser qualquer pessoa: uma enfermeira, uma recepcionista ou um médico). O respeito pelas pessoas, um dos dois pilares da Toyota Way17, significa dar independências às pessoas na equipe de melhoria. Deixe que eles tomem a responsabilidade por identificar e resolver problemas e deixe que eles se sintam seguros o suficiente para que peçam ajuda quando necessário.

 

No mesmo hospital de Barcelona, a iniciativa lean no departamento de emergência começou a mostrar bons resultados. Ao mesmo tempo, um projeto liderado por um consultor no departamento cirúrgico não conseguiu envolver os colaboradores da linha de frente. Seis meses mais tarde, o consultor saiu, e os poucos resultados alcançados não foram sustentados. Logo após, o projeto morreu rapidamente. Os gerentes seniores, então, se perguntaram por que um projeto foi bem-sucedido e o outro, fracassado e identificaram o envolvimento dos colaboradores da linha de frente e o coaching como fatores-chaves. Eles perceberam que todo o hospital deveria seguir o exemplo do departamento de emergência em sua abordagem para a transformação.

 

Um dos hospitais americanos que mencionamos acima tiveram a experiência de algo similar ao hospital de Barcelona. Sua Arquiteta-Chefe percebeu, com o apoio de coaching externo, que ela deveria gradualmente deixar de se envolver, enquanto continuava auxiliando as pessoas com estrutura e orientação, até que elas se tornassem completamente independentes. Isso foi uma revelação para ela: ela originalmente pensava que seu papel era participar de toda atividade relacionada à melhoria, mas agora ela entende que desenvolver as pessoas é ainda mais importante.


Como praticantes lean, podemos influenciar muito a taxa de melhoria ao refletir e ajustar nosso próprio mindset e nossas próprias práticas. Às vezes, somos o problema do progresso interrompido. Em vez de exigir que os outros mudem, pergunte a si mesmo “o que posso fazer diferente para levar as coisas adiante?”. Não subestime o valor da reflexão nos níveis individual e de equipe. Também pode ser útil procurar uma perspectiva externa para desafiar e ampliar seu pensamento. A pergunta certa feita pela pessoa certa na hora certa pode fazer uma grande diferença18.

 

Em uma clínica do Brasil, acredita-se que “problemas são tesouros”. A clínica tem um sistema de alerta de segurança que sinaliza problemas em uma base diária. No início, o escritório lean delegava problemas e fazia coaching com as pessoas da linha de frente. Duas horas eram reservadas toda semana para a solução de problemas. Quanto mais problemas as pessoas resolviam, mais conhecimento elas adquiriam e mais confortáveis se sentiam com o processo. Hoje, os colaboradores são autônomos em sua habilidade de identificar, analisar e resolver problemas em diferentes níveis da organização. O papel do escritório lean mudou de apropriar-se da função de resolver problemas para a função de mentorar solucionadores de problemas.

 

O CONHECIMENTO CERTO
PARA A PESSOA CERTA NA HORA CERTA

 

A velocidade da transformação depende da nossa habilidade de desenvolver as capacidades certas de forma rápida e efetiva. Mas como fazer isso? Fornecendo as informações certas para as pessoas certas na hora certa. O pessoal da área da saúde é muito ocupado. Devemos dar às pessoas a quantidade certa de conhecimento de que precisam para resolver seus problemas. Não sobrecarregue as pessoas bombardeando-as com conhecimentos que elas não têm ainda como usar. Em vez disso, espere até que elas precisem deles. Quando você aprende algo e aplica da forma certa, você lembra.

 

Em outro hospital do Brasil, a gestão contratou uma empresa de consultoria para fornecer treinamento em massa a um grande grupo de profissionais, mas não conseguiu unir isso a um processo de coaching regular. Isso não só tornou o treinamento inútil, mas também enfraqueceu a transformação como um todo. Frente a uma grande quantidade de informações, a realidade se tornou muito complexa para os colaboradores da linha de frente e para média gerência , o que acabou assustando as pessoas impedindo resultados mais expressivos.


Ao desenvolver capacidades, precisamos de uma combinação entre mindset, prática no gemba e ferramentas. As ferramentas sozinhas não vão mudar a cultura. A prática contínua das ferramentas e dos princípios lean constrói confiança e competência ao mesmo tempo, mas a nova abordagem ao trabalho deve ser aprendida na linha de frente, onde o trabalho pode ser observado extensivamente e, por fim, entendido.

A aprendizagem estruturada com um coach ajudará as pessoas a construir os hábitos e comportamentos de que precisamos ter em nossa organização lean. Garanta que você esteja usando o método certo de ensino, que pode incluir treinamentos tradicionais em sala de aula, coaching através de perguntas e, predominantemente, aprendizagem baseada na prática no gemba19.

Como discutido anteriormente, o envolvimento cedo dos médicos é uma estratégia-chave. Construa relacionamentos e confiança através do entendimento profundo de seu trabalho e de suas frustrações diárias e, então, faça uma parceria com eles para melhorar a situação. Os mesmos princípios se aplicam aos líderes seniores, mas com eles há mais coisas a se fazer. Ao contrário dos médicos, muitos líderes seniores estão longe do trabalho da linha de frente. Em nossa experiência, descobrimos que treinar os líderes sobre as bases do lean e aprender a enxergar reduz esse distanciamento e constrói empatia e confiança para a linha de frente. Junto a isso, aprender e praticar o pensamento A3 reduzirá a propensão a fornecer soluções a problemas que eles não entendem.

 

Em vários hospitais que observamos na Austrália e nos Estados Unidos, a melhoria é agora reconhecida como uma competência fundamental — tão importante quanto as competências clínicas. Isso resultou no desenvolvimento de programas de rotação focados especificamente na melhoria do cuidado com o paciente e dos processos clínicos. Acreditamos que construir essa capacidade em nossa próxima geração de médicos é vital.

 

POLINIZAÇÃO CRUZADA

 

Como pensadores lean, acreditamos que o conhecimento profundo vem da experiência prática. Entretanto, isso é algo que não pode ser ensinado; só pode ser aprendido. Como podemos expor mais pessoas à experiência direta e usar isso para acelerar o desenvolvimento de um Arquiteto-Chefe? A resposta é a polinização cruzada.

Em um grande hospital australiano, os primeiros esforços de melhoria das equipes de enfermagem focaram em construir duas linhas para servir de modelo — uma ambulatorial e outra cirúrgica. Com o passar do tempo, os líderes da enfermagem reconheceram a necessidade de difundir as boas práticas identificadas além dessas áreas. A abordagem adotada consistia em trazer quatro equipes adicionais de enfermagem para essas linhas: elas poderiam escolher suas melhorias e adaptá-las a seus próprios ambientes. Em alguns exemplos, a próxima geração de melhorias era subsequentemente adotada de volta nas linhas. Outro benefício dessa abordagem era a quebra dos tradicionais silos organizacionais.


A polinização cruzada tem muitas faces e pode acontecer em diferentes níveis. Ela pode acontecer dentro de uma área, entre áreas diferentes em um hospital, entre diferentes hospitais, entre organizações de diferentes setores20, entre dois praticantes lean, entre equipes de gestão ou até mesmo durante uma conferência ou webinar. As experiências que compartilhamos precisam ser contadas de uma forma estruturada que reflita os aprendizados e as melhorias. O A3 e a ferramenta que sugerimos que você use como parte de sua storytelling de polinização cruzada.

Dentro dos departamentos, a polinização cruzada apoia conversas entre colegas para atualizar os outros, compartilhar melhorias e aprendizados e procurar ou oferecer mentoria, experiências e tempo, que podem ajudar as pessoas a resolver os problemas mais rapidamente. Convidar as pessoas a conversar e compartilhar também é uma forma de lutar contra a resistência à mudança21.

Por toda a organização, a polinização cruzada nos oferece uma plataforma para aprendermos o que está acontecendo e para compartilharmos histórias de sucesso inspiradoras. Ver o avanço de outros pressiona as equipes, encorajando-as a atingir os prazos de seus projetos e a manter o progresso em seus próprios experimentos. Essa abordagem leva à criação de “joint ventures de conhecimento” entre profissionais de diferentes áreas que estejam interessados em aprender uns com os outros. Alguém que trabalha em um departamento de emergência e visita a radiologia pode não entender completamente o trabalho e como ele se conecta à sua realidade, até que ela aprenda a enxergar — geralmente com a ajuda de seu colega — as similaridades subjacentes entre os dois processos.

 

No Brasil, a clínica inspirou organizações da área da saúde e outras indústrias. Uma grande empresa de seguros localizada em São Paulo envia um novo grupo de pessoas em uma visita à clínica todos os meses para capturar o conhecimento e enxergar como a transformação lean está sendo alcançada. Isso acontece por meio de caminhadas pelo gemba ou por meio de participação em eventos kaizen. A clínica confia na polinização cruzada para desenvolver seu próprio pessoal: como parte de uma parceria contínua, os colaboradores da clínica regularmente visitam uma planta de manufatura lean localizada na mesma cidade. Perceber as ferramentas lean aplicadas em um ambiente completamente diferente os ajuda a entender os princípios por trás deles. O sistema de alerta de segurança da clínica mencionado anteriormente foi adotado na fábrica.


A polinização cruzada também funciona em diferentes organizações e em diferentes indústrias. Nós incentivamos os praticantes a se reunirem regularmente para compartilhar novos insights e refletir sobre o progresso22. Quando as pessoas saem de seus locais de trabalho e de suas zonas de conforto e fazem um paralelo com o trabalho que outros estão executando, elas entendem quão universalmente aplicáveis as ideias lean são. Na Catalunha, por exemplo, a polinização cruzada foi o direcionador principal por trás do desenvolvimento, em apenas alguns anos, de uma brilhante comunidade lean de saúde de 12-15 hospitais.

Acreditamos que esse modelo baseado na comunidade de polinização cruzada é completamente replicável: as pessoas se movimentam e conversam, o que significa que disseminar a palavra é realmente mais fácil do que se pensa. É fundamental que bons exemplos e resultados sejam bem documentados para compartilhamento.

RESUMO

 

Nosso estudo revelou diversas semelhanças entre as transformações lean que estão acontecendo em várias organizações de saúde ao redor do mundo. Ao entender a história e as condições atuais das iniciativas lean relevantes em diferentes países e traçar paralelos entre os vários casos, identificamos características transformacionais fundamentais diretamente associadas com o desenvolvimento lean de capacidades e a sustentabilidade nos diferentes níveis da organização. Os “princípios orientadores” é nossa tentativa de resumir e compartilhar nosso conhecimento atual sobre as forças relevantes de sucesso (e fracasso) em ação durante uma iniciativa de transformação lean de uma organização da área da saúde. Esses “princípios orientadores” podem ajudar os praticantes lean a encontrar formas mais inteligentes de construir capacidade sustentável. Nosso objetivo é reduzir o tempo e otimizar o esforço necessário para transformar a área da saúde através da prática e do pensamento lean.

 

DICAS PARA OS
ARQUITETOS-CHEFES

NÃO ESPERE PELO CEO

  • Entenda com clareza qual é a posição do CEO e construa um relacionamento.
  • Reporte o progresso frequentemente ao CEO.
  • Você não pode fazer tudo sozinho — encontre influenciadores.

QUAL É O SEU PRÓXIMO PASSO? E POR QUÊ?

  • Alinhe a melhoria a o que é importante para a organização.
  • A estabilidade vem em primeiro lugar.
  • Torne o trabalho e o processo visíveis.
  • Lidere por meio de perguntas.
  • Equilibre seus esforços entre os aspectos social e técnico.

APROPRIE-SE DO PROBLEMA

  • Os problemas são tesouros.
  • Crie espaço para solução de problemas.
  • Ajuste o mindset às práticas dos diferentes contextos — seja flexível.
  • Crie independência nas pessoas da equipe de melhoria para que assumam responsabilidade e fortaleçam suas capacidades.
  • Reflita, procure apoio e uma nova perspectiva quando o progresso for interrompido.

O CONHECIMENTO CERTO PARA AS PESSOAS CERTAS NA HORA CERTA

  • Não crie um estoque de aprendizados — ensine só quando for relevante.
  • Comunique-se com frequência e face a face.
  • Dê às pessoas tempo para construir confiança e competência.
  • Conecte o mindset às práticas e ferramentas.

POLINIZAÇÃO CRUZADA

  • Aprenda através do compartilhamento.
  • Vá e veja como o “bom” se parece para guiar a melhoria.
  • Olhos frescos são uma grande fonte de feedback sobre o seu progresso.

 

REFERÊNCIAS

 

1.Ballé M, Ballé F. Lead with Respect, A novel of Lean Practice. Cambridge, MA: Lean Enterprise Institute, 2014 (publicado em português sob o título Liderar com Respeito).
2.Ben-Tovim DI, Bassham JE, Bolch D, et al. Lean thinking across a hospital: Redesigning care at the Flinders Medical Centre. Australian Health Review 2007; 31(1):10–15. (https://doi.org/10.1071/AH070010)
3.Spear S, Bowen HK. Decoding the DNA of the Toyota Production System. Harvard Business Review, 1999; 77(5):96–106. (https://doi.org/http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=buh&AN=2216294&site=ehost-live)
4.Shortell, Stephen M. et al. Use of Lean and Related Transformational Performance Improvement Systems in Hospitals in the United States: Results From a National Survey. Joint Commission Journal on Quality and Patient Safety 2018; 44(10):574 – 582.
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23.Womack, J and Jones, D. Lean Thinking. Banish Waste and Create Wealth in your Organization. New York, NY: Free Press, 2003 (publicado em português sob o título A Mentalidade Enxuta nas Empresas).
24.Zarbo RJ. Creating and Sustaining a Lean Culture of Continuous Process Improvement. Am J Clin Pathol 2012;138:321.

 

Notas de rodapé

 

1 Krafcik, JF. 1988.
2 O International Motor Vehicle Program (IMVP) foi fundado no MIT em 1979 e mudou a indústria automotiva com o influente livro “A Máquina que Mudou o Mundo”. Em 2013, o programa foi integrado ao Mack Institute da Wharton School, reestruturado e renomeado como Program on Vehicle Mobility Innovation (PVMI) https://mackinstitute.wharton.upenn.edu/events-and-programs/pvmi/, acesso em 11 de julho de 2018.
3 Womack, JP; Jones, DP; Ross, D. 1990.
4 Shortell SM, et al. 2018.
5 https://www.lean.org/WhatsLean/TransformationFramework.cfm, acesso em 13 de julho de 2018.
6 Gemba é a palavra japonesa para “o local real, o local onde o trabalho é executado”.
7 Citação de: https://www.lean.org/WhatsLean/TransformationFramework.cfm acesso em 13 de julho de 2018. 8American College of Healthcare Executives, Hospital CEO Turnover Rate Remains Steady,
https://www.ache.org/pubs/Releases/2017/2017-Hospital-CEO-Turnover-Rate.cfm, acesso em 13 de julho de 2018.
9Challenger, Gray & Christmas Inc, 2018 February CEO Report: 113 CEO Exits, Highest January-February Since 2008, http://www.challengergray.com/press/press-releases/2018-february-ceo-report-113-ceo-exits-highest-january-february-2008, acesso em 13 de julho de 2018.
10 Diversos outros estudos corroboram essa abordagem. Holden (2010) fez uma revisão extensiva do lean nos departamentos de emergência. O apoio da gestão e o envolvimento dos colaboradores foram fatores de sucesso, mas os líderes seniores não estavam sempre envolvidos.
11 Em outra revisão extensiva feita por Mazzocato e colegas (2010), a maioria dos casos publicados são aplicações iniciais e estreitas, com alcance organizacional limitado.
12 Uma pesquisa nacional feitas pela internet pelo NHS-Reino Unido sobre o “programa produtivo Ward” identificou um “forte líder clínico” como um elemento-chave para o sucesso do programa (Morrow, 2010).
13 Um líder local respeitado e autonomia são “facilitadores do sucesso” identificados por varios autores também (Guimarães, 2012; Kane, 2015; Woiceshyn, 2017).
14 A atitude de melhoria contínua a ser desenvolvida e exigida para se alcançar o sucesso (Toussaint, 2013).
15 Mozzacatto (2010) também identificou a ideia de “compreensão compartilhada” como um facilitador para o sucesso.
16 A solução de problemas e a apropriação local são partes do DNA da Toyota (Spears, 1999).
17 Liker, JK. 2004.
18 “Ensine as pessoas a resolver seus próprios problemas” (Ballé, 2014).
19 Aprender “on the job” como um método efetivo de treinamento (Deming, 1990). 20 A pesquisa nacional feita na internet pela NHS-Reino Unido sobre o “Programa Produtivo Ward” identificou que as pessoas que responderam ganharam apoio ao usar o conceito de polinização cruzada (Morrow, 2010).
21 Várias organizações e programas de saúde reconhecem o valor da aprendizagem entre colegas (White Paper da Thedacare Center, 2013 e O’Neill, 2011).
22 Mazzocato (2010) fez uma revisão extensiva e propôs alguns mecanismos sobre como o lean funciona na área da saúde; abordagens colaborativas e entendimento compartilhado são elementos positivos que contribuem para o sucesso.


 

SOBRE A LGN

Os membros da LGN são indivíduos e organizações em uma missão espalhados por 32 países que assumiram a responsabilidade de avançar o pensamento e a prática lean a fim de tornar as coisas melhores para nossos clientes e para a sociedade. Como membros da comunidade LGN, comprometemo-nos a trabalhar juntos para desenvolver e fortalecer nossas capacidades de pensamentos lean para criar valor para nossos clientes e garantir o sucesso de nossos institutos.

Publicado em 21/10/2022

Autores

Flávio Battaglia
Presidente do Lean Institute Brasil
Denise Bennett
Coach no Lean Enterprise Australia.
Vyacheslav Boltrukevich
PhD, Graduate School of Business, Moscow State University, Rússia, e Diretor do Lean Enterprise Institute Russia
Oriol Cuatrecasas
PhD, Universitat Politècnica de Catalunya, Instituto Lean Management, Espanha
Cristina Fontcuberta
Diretora de Engenharia de Saúde, Instituto Lean Management, Espanha
Alice Lee
Diretora Executiva do Lean Enterprise Institute, Estados Unidos
Carlos Frederico Pinto
Senior Advisor do Lean Institute Brasil e Diretor Executivo do Instituto de Oncologia do Vale
Roberto Priolo
Chefe de Comunicações da Lean Global Network e Editor do Planet Lean.
John Shook
Senior Advisor do Lean Enterprise Institute

Planet Lean

The Lean Global Network Journal

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