Milk Run - Movimentação de Materiais Entre Plantas


O Milk Run é um método de acelerar o fluxo de materiais entre plantas, no qual os veículos seguem uma rota para fazer múltiplas cargas e entregas em muitas plantas. Ao fazer carregamentos e entregas frequentes, com veículos em milk run conectando diversas plantas, em vez de se esperar para acumular materiais para a expedição direta com caminhão cheio entre duas plantas, é possível reduzir os estoque e o tempo de reação ao longo de um fluxo de valor. Milk runs entre plantas são similares em conceito às rotas de movimentação de materiais dentro das plantas.

Exemplo de um Milk Run

Artigo relacionado - "Logística Lean". Autor: Nelson Takeuchi - Lean Institute Brasil. Leia aqui o artigo completo.

"Milk Run - Em 1996, o sonhado projeto de uma nova planta para produção de um novo produto, o Corolla, produto mais popular da Toyota e de maior número de vendas no mundo, foi definido como uma continuidade da estratégia de avanço no mercado sul- americano, a construção de uma nova planta no Brasil, mais precisamente no município de Indaiatuba (região de Campinas). Então, antes mesmo do lançamento desse projeto (PJT-044N), a poderosa LAD34 da matriz iniciou, em conjunto com a engenharia logística da TDB, coube novamente a este missivista, os estudos preliminares de logística para viabilização do projeto, pois já se sabia de pesquisas anteriores que o custo Brasil logístico (custo proto; custo rodoviário) era um dos mais altos do mundo. Mesmo sem essas premissas, é praxe na Toyota o grupo de logística juntamente com a engenharia de produto, serem sempre os primeiros a dar início aos trabalhos, pois dois dos maiores desperdícios citados por Ohno san, que são o transporte e o estoque, devem ser minuciosamente estudados e segurados no menor nível possível. Devido ao baixo índice de nacionalização na área de logística da planta, foi privilegiada a área de armazenagem para os kits CKDs importados e praticamente zero de área para os componentes nacionais, isto porque desde o início foi idealizado o recebimento de pequenos lotes destas peças. A logística idealizada foi então um mix de logística constituída da seguinte forma:

1- Modalidade logística por região:

a) Fornecedores de longa distância (acima de 300 km): Entrega direta (FOB35)

  • Curitiba (PR): 1 Fornecedor

b) Fornecedores até 200 km: Milk Run

  • Rota Sul de Minas: 3 Fornecedores
  • Rota região de Campinas: 5 Fornecedores
  • Rota região de S.Paulo: 7 Fornecedores
  • Rota interior de S.Paulo (Tatuí e Jundiaí): 2 fornecedores

c) Regras

  • Horas paradas nas janelas do fornecedor: 15 min + tol. de 5min.
  • Anomalias: Informar e solicitar orientação à central de controle na TDB.

Ex.: Possibilidade de exceder o tempo de tolerância.

2- Bid19: Com a modalidade definida, listam-se as premissas do Bid19:
a. Montagem da melhor rota: O transportador tem a liberdade de montar a proposta com alternativas e/ou até desmembrando a rota;
b. Controle: O transportador deverá apresentar a sua capacidade de controle dos caminhões em trânsito;
c. A cotação deve ser com custo aberto detalhado em reais por quilômetros rodados; horas parada (pedágios, seguros etc.);
d. Os transportadores pré-selecionados (três no máximo) receberão a cartilha com o escopo do projeto, terão 10 dias para estudar e elaborar a proposta;
e. As apresentações (10min) deverão ser agendadas, todas no mesmo dia e em horários distintos pré-estabelecido. Naturalmente para concorrentes de um Milk Run, a pontualidade da apresentação deverá ser considerada.

3- Modulação de carga
a) Definir os equipamentos a serem utilizados em cada rota;
b) Utilizar o máximo possível das embalagens pré-existentes no fornecedor;
c) Desenhar a modulação de carga com as embalagens dos fornecedores e, caso necessário, desenvolver adaptadores que permitam empilhamento entre embalagens distintas;
tipo de cargas
d) Definir um escopo de projeto a médio prazo de miniaturização e padronização de embalagens empilháveis
tipo de cargas menor


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