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Economia estagnada? Melhore a gestão da sua empresa

Trata-se de um esforço para melhor utilizar os recursos existentes através da utilização de melhores métodos

As notícias no front econômico não têm sido boas neste ano. Um crescimento anêmico do PIB, inflação alta, vários setores da indústria em crise, déficit comercial e dívida pública em alta. Nem a massiva liberação recente de crédito parece ter trazido muito ânimo e alento. As perspectivas para o final do ano e para o ano que vem não se mostram muito promissoras.

Ao mesmo tempo, há movimentos importantes de melhorias substanciais na eficiência e na gestão em muitas empresas que, se forem ampliados e generalizados, poderão trazer um real crescimento econômico.

Esse esforço para o aumento da produtividade ocorre sem haver necessidade de investimentos em novas máquinas, equipamentos e instalações ou contratação de mais pessoas.

Trata-se simplesmente de um esforço para melhor utilizar os recursos existentes através da utilização de melhores métodos de gestão.

Tive a oportunidade de participar do encerramento do Programa de Formação Lean do Lean Institute Brasil (http://www.lean.org.br/programa-formacao-lean.aspx), quando os participantes apresentaram os resultados de seus trabalhos utilizando algumas novas técnicas e práticas de gestão realizadas em empresas dos mais diversos setores, tais como elétrico, agroindústria, equipamentos farmacêuticos, construção civil, tubos e conexões. Nos projetos apresentados, pudemos perceber situações de:

. Aumento de capacidade produtiva acima de 20%, sem investimentos, com reduções dos tempos de troca de set up (que é o tempo de preparação para a produção de outro modelo), melhorias da disponibilidade das maquinas através de iniciativas de manutenção preventiva e melhoria da manutenção preventiva, melhoria da qualidade etc.;

. Melhorias do nível de entrega, na hora certa e na quantidade certa, partindo de patamares inferiores a 60% e aproximando-se de 100%, através de ações de estabilização da produção, melhor sistema de planejamento, programação e controle de produção, logística mais precisa etc.;

. Reduções de custos em até 30% através de reduções de estoques, redução dramática do nível de defeitos e refugos, melhorias da manutenção das máquinas, ganhos de produtividade requerendo menos mão de obra direta e indireta etc.;

. Melhoria da qualidade no processo, sem requerer maiores controles, e diminuindo os custos, melhorando a entrega;

. Ganhos de volume necessários para atender a demandas crescentes em até três vezes, requerendo, porém, um volume substancialmente menor, proporcionalmente, de capital invertido e de outros recursos;

. Reduções de lead time através da melhor conexão entre processos via criação de fluxo unitário de produção e sistemas puxados (só fazer o necessário na hora necessária) que apoia o melhor nível de entrega, a redução de custos, o aumento do nível de resposta etc.;

. Reduções de custos e lead time, assim como melhor qualidade em processos administrativos e de apoio.

Esses exemplos mostram que nas empresas, onde se produz efetivamente riqueza e valor em bens e serviços, ou seja, na economia real, repousa o futuro de nossa economia. É lá que mudanças profundas como essas poderão gerar um substancial crescimento econômico em bases sólidas

Essas empresas se tornarão cada vez mais competitivas, com custos menores e melhor qualidade. E em um ambiente de competição, poderão oferecer produtos cada vez melhores a preços menores a seus clientes e, assim, poderão crescer seu market share e sua rentabilidade.

Mas ainda há gaps enormes na gestão. O planejamento e controle ainda são precários em muitas delas, o processo de definição das prioridades e seu desdobramento precisa ser mais estruturado, a padronização e estabilidade ainda têm um caminho longo a percorrer, o envolvimento das pessoas em melhorias e um estilo de liderança menos autocrático e uma melhor capacitação das pessoas, além de uma melhor capacidade de desenvolver produtos e de inovar, ainda são desafios centrais.

Evidente que melhorias nas políticas macro econômicas poderão ajudar. Porém, a busca de uma melhor gestão nas empresas conquistando um maior nível de produtividade é a saída para uma economia estagnada.

Fonte: Revista Época NEGÓCIOS

Fonte: Época Negócios
Publicado em 05/08/2014