A seleção argentina ganhou a Copa, e muitos brasileiros torceram o nariz com isso. Outros tantos, é verdade, torceram pela vitória dela como uma representante do futebol sul-americano. E muitos vibraram mesmo pelo Messi, que há tempos é um ídolo global.
Independentemente de onde você se enquadra, podemos tirar aprendizados sobre a trajetória argentina e fazer um paralelo com a gestão, por que não?
Por exemplo, há alguns ditos populares que afirmam que, se uma coisa começa mal, ela tenderá a piorar. Em algumas situações, pode até ocorrer, mas, em gestão, não é necessariamente uma verdade. Vai depender, por exemplo, da mentalidade, dos comportamentos e das atitudes que se tiver após um começo ruim. A seleção argentina soube lidar bem com um início frustrante, depois de uma surpreendente derrota para a Arábia Saudita.
A Argentina não começou bem, mas foi crescendo aos poucos. Seu futebol melhorou jogo a jogo. E, mesmo nos momentos de crise, não perdeu a cabeça e se superou, mantendo sempre o foco no objetivo maior, o de ser campeã. Os seis jogos após a derrota inicial mostraram essa determinação, inclusive na final, quando tomou o empate duas vezes, quase perdendo a vitória que parecia na mão. Em gestão, é possível e necessário ter muito disso também.
Por exemplo, manter forte a resiliência quando as coisas começam mal, evitando jogar a toalha logo no início. Não desanimar, jamais desistir, analisar os problemas e trabalhar para que as coisas melhorem.
Mais do que isso, entender como se adaptar de forma rápida em cada fase ou situação, em todos os percalços, percebendo o que é preciso e possível fazer para melhorar – e como colocar isso em prática. As Copas nos mostram que técnicos que se adaptam e mudam rapidamente de um jogo para outro e mesmo dentro do jogo são os que obtêm mais sucesso.
Para isso, é fundamental saber como tirar o melhor proveito das diferentes competências e habilidades da equipe. Das lideranças experientes e inspiradoras, como foi Messi, e do potencial dos mais novos – que deram um show em várias seleções, inclusive na Argentina, e estão dando nas empresas.
Se olharmos bem, a seleção argentina soube lidar com tudo isso. E conseguiu, como dizemos no futebol, mudar o jogo. Nossa seleção brasileira ficou pelo caminho e, infelizmente, a maioria, em vez de tentar entender os porquês no processo todo, preferem procurar culpados.
Rivalidades à parte, esperamos que a impressionante façanha e merecida vitória argentina nos sirva de lição e de inspiração. Não só para nosso futebol, mas também para as empresas, que certamente enfrentarão um 2023 tão ou mais difícil que os anteriores, e com fortes emoções, como os jogos da Copa.
Boas festas e um excelente Ano Novo a todos. A coluna entra em recesso e retorna no final em fevereiro.