Vista geral do palco do Rock in Rio durante show do Sepultura com a Orquestra Sinfônica Brasileira, em 2022 (Foto: Wagner Meier/Getty Images)
O Brasil voltou a viver o Rock in Rio, um dos maiores festivais de música do mundo, que há 37 anos movimenta o show business e reúne milhares ou mesmo milhões de pessoas para ver e ouvir, ao vivo e à distância, grandes astros da música, nacionais e internacionais.
Trata-se, hoje, de algo muito maior do que um “simples” show. É um grande acontecimento musical, midiático, de entretenimento…enfim, um fenômeno cultural.
Não são poucas as reportagens e documentários que nos relembram as origens de tudo isso. A pioneira saga que foi produzir a primeira edição do evento lá nos idos de 1985, na primeira “Cidade do Rock”, no Rio de Janeiro. É interessante refletir hoje sobre fatos curiosos que marcaram esse grande feito.
Por exemplo, o quanto os artistas da época, não só os brasileiros, mas também os internacionais, ficaram absolutamente impressionados e, também, “assustados” com o público gigantesco de mais de 300 mil pessoas assistindo aos shows num único dia.
Ou as exigências e “estrelismos” dos grandes astros estrangeiros, como um sino de uma tonelada e meia que teve de vir de navio só para ser usado por alguns segundos na introdução de uma música de uma das bandas.
Foram diversas e inusitadas situações históricas desse megaevento que nos trazem uma essencial lição sobre gestão: a percepção de que um grande projeto é sempre muito mais do que investimentos, estruturas, tecnologias, equipamentos… Trata-se, essencialmente, do desafio maior enfrentado hoje por toda e qualquer organização: entender como integrar todos os envolvidos no sentido de impactar (e encantar) as pessoas.
Vamos tentar fazer um paralelo.
Por exemplo, com relação ao público, a plateia, que vai presencialmente assistir a um grande show. Qual é a principal “agregação de valor” que inevitavelmente precisa primordialmente ser entregue?
Uma experiência sem igual, claro. Uma vivência absolutamente inesquecível, centrada num grande espetáculo, feito num espaço sensacional, que divirta, emocione e seja capaz de gerar para sempre nas pessoas recordações marcantes, das quais elas tenham orgulho para, enquanto viverem, relembrar e contar a amigos e familiares.
Deveria ser uma inspiração para toda e qualquer empresa. Tornar seu produto ou serviço algo tão marcante, único e inesquecível quanto um grande show. E jamais um “commodity”, algo banal, vulgar ou “mais do mesmo”.
E como se consegue entregar essa avançada e sofisticada “agregação de valor”?
No caso de um megafestival de música como esse, com o trabalho de pessoas altamente motivadas e preparadas para literalmente dar um show: os melhores artistas, músicos experimentados e super equipes de planejamento e produção atentas aos menores detalhes.
Novamente uma inspiração para todas as empresas de qualquer setor. Somente com processos excelentes e pessoas preparadas e engajadas para melhorá-los constantemente, conseguiremos entregar uma experiência aos clientes que seja inesquecível. Um grande espetáculo.
Em resumo, um fenômeno como o Rock in Rio e tudo o que está em volta dele nos faz lembrar e refletir sobre algo essencial. Independentemente do que se faça, gestão eficiente tem uma base, um centro. Será sempre pessoas trabalhando para impactar e encantar outras pessoas.