Tem havido muitas observações e visitas a operações lean ao longo dos anos. Uma “passeada” irá revelar uma boa visão do lado operacional do lean e muito menos do lado gerencial. Mas, uma característica gerencial que o observador irá ser capaz de notar rapidamente é o sem culpados – o contraste dos 5 porquês da gestão lean com os 5 quem do tradicional gerenciamento irá sempre pular em você.
Sem culpados, na verdade, é uma importante característica do gerenciamento lean. Uma cultura de gerenciamento procurando onde se deve colocar a culpa – os 5 quem – irá absolutamente impedir o afloramento de uma cultura que promove o unipresente uso dos 5 porquês. E não existe algo mais essencial para o gerenciamento lean que a investigação das causas raízes no gemba, através do uso persistente dos 5 porquês.
Você deve ficar por perto um pouco mais, observar um pouco mais de perto para enxergar o lado da moeda raramente discutido do sem culpados: o sem desculpas. Sem este comportamento – adotando a atitude e a pratica do sem desculpa – a pratica essencial dos 5 porquês não enraizará e tão pouco um sólido sistema gerencial lean pode se desenvolver. Sem desculpas é um capacitador necessário do sem culpados. Uma razão pela qual os gerentes lean não focam no de quem é a culpa por certo problema é simplesmente que eles não tem que – porque a responsabilidade do problema já está clara.
Por exemplo, um trabalhador em uma linha de montagem possui uma execução precisa e completa do seu trabalho padronizado. Um torque impróprio aplicado em um parafuso? Por quê? Estava o torque definido corretamente, a ferramenta adequada fornecida, as instruções claras e o treinamento fornecido? Então o trabalhador não tem desculpa. O líder de equipe possui o suporte, o treinamento e a liderança de seus membros de equipe assim como dos resultados claramente definidos, com 100% de qualidade. Sem desculpas. As responsabilidades de chão de fábrica como essas são, na verdade, relativamente fáceis. Mas em um sistema de gerenciamento lean, os mesmos princípios se aplicam... em todos os lugares. Para cada problema que ocorre, a responsabilidade é ou deve ser clara – sem desculpas. Um desenho de um engenheiro está incompleto – sem desculpas. Uma fatura está incompleta – sem desculpas. Um arquivo está impróprio – sem desculpas.
Barry Melrose, treinador e comentarista canadense de hokey, descreve o papel de treinador em qualquer esporte: “O papel do treinador é levar as desculpas para longe do jogador – sem problemas de viagem, sem problemas de equipamento, sem maus treinamentos, sem maus planos de jogo – então não há lugar algum para o jogador olhar a não ser o espelho.”
Eu acredito que o mesmo clichê se aplique ao trabalho também. Pense novamente em nosso trabalhador na linha de montagem que pode impropriamente realizar seu trabalho padronizado. Nosso desafio como gerente/líder é entender porque o trabalhador não está seguindo a padronização do trabalho, perguntar por que o trabalhador não pode realizar o trabalho da maneira designada, perguntar o que está no caminho entre o trabalhador e a conclusão dos requerimentos de seu trabalho? Nosso trabalho é remover todas essas barreiras para que não haja nenhum lugar para o trabalhador olhar a não ser espelho. O trabalhador precisa de ferramentas adequadas? Forneça-as. Precisa de treinamento? Forneça-o. Precisa da peça certa, na hora certa, na quantidade certa? Leve até lá. Precisa de entendimento mais profundo do propósito? Explique.
Quando sem desculpas é estabelecida, sem culpados é fácil. Quando sem desculpas não está presente, sem culpados é impossível.
Tradução:
Ivan O. Carratu
Lean institute Brasil