GERAL

Uma visão lean sobre a felicidade em massa

Robson Gouveia
Uma visão lean sobre a felicidade em massa
A felicidade das pessoas tem sido um indicador em ascensão tanto para as empresas como para os profissionais, pois estudos vem comprovando que a felicidade leva à maior eficiência e qualidade nos papeis desempenhados. Veja neste artigo como o lean se relaciona com a felicidade e por que isso deve ser uma das prioridades no mercado daqui em diante.

Você é feliz? Você está feliz?
A corrupção, a violência e a desigualdade social acentuada nos últimos quatro anos fizeram o brasileiro se sentir cada vez menos feliz. Além desses dissabores, a pandemia mundial do coronavírus irá impactar significativamente o chamado “índice da felicidade” em 2021.

O Relatório Mundial de Felicidade, feito anualmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) para analisar a percepção desse sentimento em 153 países, revelou em 2020 que o Brasil ocupa a 32ª posição, assim como em 2019, após sucessivas quedas.

A Felicidade Interna Bruta (FIB) ganhou destaque mundial em 2012, após reunião do alto comissariado da ONU, na qual o FIB foi apontado como novo paradigma de desenvolvimento socioeconômico. Esse conceito de desenvolvimento social foi criado pelo rei do Butão Jigme Singye Wangchuck, em 1972, em contrapartida ao Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto os modelos tradicionais de desenvolvimento têm como objetivo primordial o crescimento econômico, o conceito de FIB baseia-se no princípio de que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade humana surge quando o desenvolvimento espiritual e o desenvolvimento material são simultâneos, assim se complementando e reforçando mutuamente.

O país na primeira posição pelo terceiro ano consecutivo, ou seja, “o mais feliz do mundo”, é a Finlândia. Em último lugar, aparece pela primeira vez o Afeganistão. Já a nação da América Latina que ocupa o melhor nível no ranking é a Costa Rica, em 15º lugar – quatro posições atrás do Canadá, o mais feliz do continente americano.

 

Países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) figuraram entre as primeiras posições. Chamou a atenção neste padrão o fato de que todos os países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) estiveram entre os dez primeiros do ranking pela segunda edição consecutiva. Os pesquisadores avaliam que a elevada confiança interpessoal e nas instituições dessas nações justifica esse cenário.

 

O novo desafio da Toyota para produzir felicidade em massa

O presidente da Toyota Motor Corporation, Akio Toyoda, apresentou no final de 2020 o novo compromisso da marca de “colocar os clientes em primeiro lugar” para “colocar as pessoas em primeiro lugar” e ter como objetivo servir a sociedade como um todo.

Esta declaração de missão tem origem nos valores da Toyota e explica por que a empresa está intimamente alinhada aos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS (Sustainable Development Goals – SDG) como inspiração para a sua estratégia de sustentabilidade global de longo prazo.

A Toyota declarou que quer “produzir felicidade em massa”. Claro que se trata de uma alusão ao fato de que a mobilidade, em suas diferentes formas, nos propicia momentos de intensa felicidade, algo que seguramente interfere no FIB de uma nação.

Referindo-se à missão da Toyota de produzir felicidade para todos, no Kenshiki Forum 2020 da Toyota Motor Europe (TME), continente onde se concentra os maiores índices de felicidade do mundo, Yumi Otsuka, Vice-Chefe de Sustentabilidade da Toyota Motor Corporation (TMC), destacou: “à medida que nos transformamos de uma empresa de automóvel para uma empresa de mobilidade, para produzir felicidade em massa, precisamos fazer mais do que carros, caminhonetes e caminhões. Precisamos nos alinhar com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Acordo Verde e um futuro melhor”.

Otsuka explicou como a experiência e as conquistas da Toyota fornecem uma base sólida para as suas ambições futuras: desenvolver tecnologias que podem reduzir a dependência de combustíveis fósseis, fabricar veículos eletrificados que podem ajudar a conter o aquecimento global, usar novas tecnologias e design para chegar a uma meta de zero fatalidades no trânsito e trabalhar com parceiros ambiciosos e visionários para construir a Woven City, a cidade do futuro, um exemplo de uma comunidade urbana sempre ligada e sustentável.

A Toyota está passando por mudanças reais e substanciais na forma como conduz os negócios. Faz valer a sua rica história e se mostra com fôlego de sobra para se adaptar e  liderar um mundo em mudança, não apenas introduzindo novas tecnologias, como pilhas de combustível (fuel cell) e inovações em baterias, mas também contribuindo para a sociedade.

Cada uma dessas iniciativas representa um passo à frente na nova missão de “fabricar a felicidade humana”, uma missão incomum para uma empresa global, mas que já é motivo de orgulho para os seus executivos.

Mas, afinal, o que seriam esses novos elementos chamados de “felicidade humana” e “felicidade em massa” declarados pela Toyota? O que podemos aprender com isso?

 

Uma nova perspectiva sobre a felicidade no trabalho

Ao longo das últimas décadas, organizações de praticamente todos os setores têm usado o sistema lean para transformar a gestão, desenvolver as pessoas e potencializar os resultados. O interesse é crescente, novas técnicas e experiências são desenvolvidas e compartilhadas, e o aprendizado é cada vez mais rápido e efetivo.

Está na essência lean a capacidade de eliminar desperdícios continuamente e resolver problemas de maneira sistemática. Isso implica repensar a maneira como se lidera, gerencia e desenvolve pessoas.

O desenvolvimento da moderna sociedade industrial fez surgir diversos estudos sobre as formas de organizar o trabalho, substituindo princípios tayloristas e burocráticos por novos conceitos. Dentre eles, destaca-se o enfoque sociotécnico, que busca a otimização conjunta dos subsistemas social e técnico de um sistema organizacional do qual fazem parte o homem e a tecnologia.

A década que será marcada pela Covid-19, acelerando a digitalização, novos meios de consumo, novas preocupações e necessidades humanas, potencializa ainda mais a necessidade de repensarmos as nossas ações e, seguindo o exemplo da pioneira Toyota, deixar as pessoas no centro com um destaque ainda maior.

E para produzir “felicidade em massa”, precisamos nos atentar se cultivamos ambientes onde as pessoas estejam realmente felizes.

Em redes sociais, os chamados digital influencers, ou somente influencers, estão sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida. Essas pessoas espalham conteúdo ligado ao sucesso profissional para milhares de seguidores, principalmente no Linkedin.

Os influencers ditam tendência e estão sempre mostrando as glórias e conquistas em projetos bem-sucedidos tão sonhados por muitos, algo bem improvável de ocorrer o tempo todo. Na verdade, enfrentamos problemas, fracassamos e aprendemos um número muito maior de vezes do que aquilo que compartilhamos em nossas redes sociais.

A felicidade no trabalho significa que tudo o que fazemos gera estrondoso sucesso? Seguramente não. Carla Furtado, mestre em psicologia e fundadora do Instituto Feliciência, afirma que “A diferença entre a felicidade autêntica, legítima e real e a felicidade postada nas redes sociais é abismal. Porque a felicidade, tal qual nós abordamos via psicologia positiva, é uma experiência intrínseca, interna, que pode, claro, ser manifestada, mas nada tem a ver com a ostentação da felicidade”.

A chamada psicologia positiva foi criada e vem sendo difundida há mais de duas décadas. Ela se diferencia dos objetivos da psicologia tradicional (cujo foco é o alívio do sofrimento humano) ao pesquisar, identificar e entender os comportamentos saudáveis que uma pessoa pode ter e como isso pode ser replicado aos outros.

Esse conceito – criado no final da década de 90 pelo psicólogo e então presidente da American Psychological Association Martin Seligman – busca mudar o foco da psicologia tradicional para permitir esse “despertar”, também chamado de “florescer” do pensamento humano.

Trata-se de uma ciência baseada em três pilares fundamentais.

1º Pilar: A experiência do indivíduo

Ideia de abordar os sentimentos que são considerados saudáveis em diferentes momentos vividos, o que podemos chamar de “felicidade”. É a satisfação, a plenitude, a alegria, o sentido da vida.

A ideia é tentar entender: o que faz uma vivência de uma pessoa ser mais gratificante que a de outra?

2º Pilar: Personalidade

Os sujeitos são seres auto-organizados, têm orientações específicas, são adaptáveis e evoluem ao longo da vida. Aqui são abordados os temas como autodeterminação, sabedoria, transcendência, características e fortalezas de cada um, ou seja, os traços de personalidade.

3º Pilar: Instituições

As pessoas integram um ecossistema complexo de relações, por exemplo, nas empresas, onde é importante entender como os indivíduos se relacionam, como interpretam seus sentimentos e como podem ou conseguem ser empáticos em relação aos outros.

 

Há uma frase muito conhecida na gestão lean que diz que “lean é sobre pessoas”. Se qualquer negócio, a exemplo da Toyota, necessita produzir “felicidade em massa”, através de produtos e serviços que apoiem pessoas e a sociedade na constante busca do bem-estar, a satisfação, a plenitude e o sentido da vida, não podemos ignorar a necessidade de criar ambientes onde as pessoas estejam realmente felizes.

Eu me interessei e procurei estudar e aprender sobre as práticas da psicologia positiva, pois elas se inserem exatamente aí, no sentido de que, para o lean “florescer”, é necessário a construção de ambientes onde as pessoas possam ser felizes e realizadas.

As pessoas sempre estiveram por trás do sucesso da Toyota, que é o berço do sistema lean. Desenvolver as pessoas é desenvolver suas capacidades, inclusive as psicológicas e emocionais.

Uma vez que o sistema lean coloca as pessoas no centro – e refere-se a desenvolver pessoas antes de desenvolver produtos –, a ideia é que a psicologia positiva pode ser um instrumento para que as pessoas desenvolvam suas potencialidades. E a felicidade ou a busca pela felicidade passa a ser um grande alavancador disso tudo.

Falar de problemas de forma aberta e transparente o torna menos ansioso e preocupado? Ter apoio na solução de problemas pode o tornar uma pessoa mais feliz? Encontrar problemas e ter os mecanismos corretos para solucioná-los são um dos importantes caminhos para a felicidade corporativa, um dogma do sistema lean.

A maioria das pessoas espera ter experiências ricas e gratificantes no trabalho, mas tradicionalmente não são todos que acordam na segunda-feira realmente dispostos e empolgados para ir ao trabalho e dar tudo de si. De acordo com a consultoria Gallup, “apenas 27% dos brasileiros estão engajados no trabalho”.

Portanto, podemos concluir que, sem engajamento de pessoas realmente felizes, não teremos  produtos e serviços que poderão trazer a “tal felicidade em massa”.

A positividade e a negatividade do local de trabalho são fatores essenciais para a transformação lean. Elas são “contagiantes”.

Quando falamos em uma transformação lean, está em jogo uma questão de resiliência, de entrega pessoal, de fazer dar certo, de buscar a melhoria, de ser criativo, de fazer melhorias diárias, de tentar responder constantemente a seguinte questão: o que eu posso fazer melhor hoje?

A cultura da busca por culpados e repulsa aos erros e problemas, muito tradicional nas organizações que ainda não despertaram para o lean, revela uma certa “negatividade” na forma de julgar um indivíduo, problema ou situação (sementes poderosas da infelicidade no trabalho e os desastrosos resultados no clima organizacional). Quem paga por tudo isso? Os clientes, que são penalizados por serviços e produtos ruins!

Trata-se de algo nocivo para uma jornada de transformação lean que tem como principal pressuposto que “problemas são verdadeiros tesouros”. Essa forma negativa de ver os fenômenos organizacionais por vezes desencoraja as pessoas, gera medo, ansiedade, vergonha e outros tantos sentimentos e percepções que bloqueiam o potencial humano.

         

A psicologia positiva desperta o potencial criativo das pessoas nas organizações, aumenta o engajamento, ajuda a construir uma cultura que predispõe a inovação ao cultivar a felicidade como o “centro” do trabalho como principal referência.

Lean combinado aos conceitos da psicologia positiva, nesse sentido, pode ressignificar a resiliência das pessoas ao enfrentarem situações difíceis e se tornarem grandes alavancadores de produtos e serviços que encantem clientes/pessoas – como afirmou a Toyota – e, com isso, criar momentos de intensa felicidade.

 

Lean e a psicologia do século XXI

O foco dos psicólogos mudou de apenas examinar o que torna os indivíduos clinicamente doentes para o que os faz prosperar. Da mesma forma, os psicólogos organizacionais estão cada vez mais observando o que faz alguns indivíduos prosperar e ter um alto desempenho no trabalho.

Desenvolvido em um contexto de psicologia positiva, o capital psicológico se refere a um conjunto de recursos que os indivíduos podem usar para ajudar a melhorar seu sucesso.

Ele diz respeito às virtudes emocionais fundamentais dos profissionais, sendo as principais:

  • A vontade, que tem a ver com a motivação para cumprir objetivos.
  • O otimismo realista, que é uma confiança na resolução positiva do futuro.
  • A resiliência, a capacidade de superar condições adversas e se adaptar.
  • A autoconfiança, que é a confiança na própria capacidade.

São virtudes emocionais e comportamentais importantes para o profissional lean do futuro e para as transformações que as empresas estão vivendo hoje.

Pessoas felizes produzem mais? Empresas que se preocupam com a felicidade dos funcionários evoluem mais facilmente na jornada de transformação lean? Com base em experimentos recentes em diversos setores, como serviços, financeiro, entretenimento, software e manufatura, a resposta é sim para ambas as questões.

Já não é novidade que a qualidade de vida está diretamente ligada à produtividade no trabalho. Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos EUA, em 2018, deixou isso ainda mais claro. A pesquisa identificou que um trabalhador feliz é, em média, 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende 37% a mais em comparação com outros. Além disso, ele acaba motivado a atender melhor o cliente, evitar acidentes no trabalho e reduzir desperdícios.

Mas como será que os brasileiros se relacionam com o trabalho e percebem a questão do bem-estar?

Para chegar a essa resposta, foi realizada a pesquisa ABRH P.E.R.M.A, fruto de uma parceria entre a ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e gestores da área de Recursos Humanos (coordenadores, diretores e executivos C-Level), Mapa de Talentos e Waggl Brasil, envolvendo 342 participantes.

O objetivo da pesquisa foi descobrir como anda o bem-estar dos brasileiros nas empresas, partindo do modelo PERMA, de Martin Seligman, que mede:

  • P – Positive emotion (Emoção positiva)
  • E – Engagement (Engajamento)
  • R – Relationships (Relacionamentos)
  • M – Meaning (Significado)
  • A – Accomplishment (Realização)

A metodologia utilizada na pesquisa foi com base no NPS (Net Promoter Score), com perguntas baseadas na escala de 0 a 10, resultando em índices positivos ou negativos nas respostas. Uma de suas dimensões revelou que 29% das pessoas se sentem infelizes, 43% se sentem indiferentes e apenas 28% se declaram com alto índice de felicidade no trabalho.

Temos um grave problema!

Lean é sobre o trabalho, assim reafirmou John Shook em uma de suas últimas publicações, “vamos celebrar o trabalho”. Se as pessoas estão infelizes no trabalho, não teremos grandes avanços se algo radicalmente diferente não for feito.

Há diversas ferramentas e práticas lean que podem contribuir diretamente para fechar as lacunas apontada na pesquisa e que poderão ajudar na criação de ambientes e pessoas mais felizes, a começar por uma boa definição de propósito e da criação de um ambiente onde de forma recorrente possamos fazer as seguintes questões: Qual é o problema que queremos resolver? O que iremos melhorar no trabalho que tornará as pessoas mais felizes e que, por consequência, trará mais felicidade para os clientes?

A ideia de que pessoas felizes produzem mais, são mais criativas e estão mais propensas a fazer experimentos pode ser muito importante para a comunidade que dissemina as práticas do lean thinking mundialmente.

Lean tem a clara ideia de experimentação. Notamos em diversas transformações empresariais que pessoas felizes estão mais propensas a experimentar algo se possuem segurança psicológica, confiança e o apoio necessário para isso.

Felicidade tem a ver com emoções positivas. Ter acesso a mobilidade, poder se deslocar de um lugar a outro, seja através de um automóvel para visitar um amigo ou para uma viagem de férias com a família, passando pelo simples fato de poder se levantar e ir até a cozinha para pegar um copo de água são sem dúvida algumas experiências ligadas a emoções positivas. Perceber essas emoções positivas e vivenciá-las torna a nossa vida mais leve e prazerosa.

As emoções positivas (por exemplo, a confiança e a esperança) são muito úteis para nós quando encontramos obstáculos. E muitas vezes, dentro das empresas, os desafios, as tarefas, os projetos, o mercado e o momento trazem situações de vida difíceis. Nas transformações lean, seja em um departamento onde uma mudança de um simples layout está acontecendo ou na criação de novas squads ou células para o trabalho colaborativo, muitos obstáculos surgem e precisam ser superados.

                                                                       

Quando, então, conseguimos potencializar as emoções positivas de confiança e esperança, tudo se torna mais fácil. As situações difíceis e os tempos turbulentos podem ser mais facilmente superados – algo que a psicologia positiva contribui de forma direta para as empresas que estão evoluindo com o lean.

Compreender e identificar as nossas forças e virtudes – entre elas a coragem, a perspectiva de integralidade, a igualdade, a lealdade e tantas outras – pode ser mais urgente hoje do que em tempos passados.

 

Nunca tivemos um período tão propício para se utilizar a lean e as ideias da psicologia positiva para mudar mentalidades, atitudes, práticas e o que precisamos realizar nas transformações das empresas.

 

A felicidade em massa deve passar pelo contínuo desenvolvimento das pessoas

Akio Toyoda tem o desafio de seguir renovando a Toyota e seguir na vanguarda do que para nós é um modelo de gestão admirado.

A indústria mundial está passando por uma transformação única neste século, o que não exclui o setor automobilístico. Da mesma forma que a Toyota passou pelo enorme desafio de fabricante de tear a montadora de automóveis, está agora corajosamente se reinventando como uma empresa de mobilidade.

Embora os princípios nos quais a Toyota foi fundada não mudem, há uma significativa evolução no Toyota Way 2020 e em seus valores.

Algo permanece imutável e ainda mais fortalecido: a centralidade nas pessoas. Prover mobilidade e produzir felicidade para todos.

Hoje, as organizações têm acesso às mesmas tecnologias, aos mesmos maquinários, matérias-primas e funcionários altamente qualificados. Então, a diferença está na maneira como essas empresas trabalham para desenvolver os indivíduos e como essas companhias fazem para criar ambientes inclusivos que permitam às pessoas serem realizadas, satisfeitas e felizes.

Nossas experiências em um supermercado, durante a navegação em um site ou aplicativo, enquanto conduzimos um veículo ou somos atendidos em um hospital podem tornar nossos momentos mais felizes ou desastrosos.

Se os responsáveis pela transformação lean nas organizações não estiverem atentos ao indivíduo e aos aspectos que os tornam felizes (fator propulsor de melhorar continuamente o trabalho que executam), as transformações lean poderão falhar e a felicidade em massa para clientes e funcionários ser uma mera utopia.

A Toyota mais uma vez se coloca à frente e deve gerar novos e profundos aprendizados. Isso será bom para o lean, para as empresas, para os indivíduos e para a sociedade.

Publicado em 04/03/2021

Autor

Robson Gouveia
Diretor no Lean Institute Brasil.
Planet Lean - The Lean Global Networdk Journal